Livro enciclopédico sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 – Resenha de Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira (UFRPE) sobre “Modernismos: 1922-2022″, organizado por Gênese Andrade

Gênese Andrade| Imagem: Itaú Cultural

 

Resumo: O lançamento de Modernismos: 1922-2022, organizado por Gênese Andrade, ganhou destaque ao mesmo tempo em que jornais do Rio de Janeiro e São Paulo traziam a “Semana de Arte Moderna” em suas capas. Este livro faz parte de um projeto grandioso da editora Companhia das Letras, chamado “Modernismos: 1922-2022”, que parece ter sido criado para marcar o início das comemorações, em conjunto com a cobertura jornalística programada no eixo Rio-São Paulo. Com a “apresentação”, há trinta textos que exploram personagens canônicos e esquecidos, eventos antecedentes e consequentes, histórias e memórias sobre a criação e apropriação da Semana de Arte Moderna de 1922.

Palavras-chave: Semana de Arte Moderna, Modernismo, Antropofagia.

Encyclopedic book about the Week of Modern Art of 1922 – Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira’s review of Modernisms: 1922-2022, organized by Gênese Andrade.

Abstract: The release of, organized by Gênese Andrade, gained prominence at the same time that newspapers from Rio de Janeiro and São Paulo featured the “Week of Modern Art” on their covers. This book is part of a grand project by the publisher Companhia das Letras, called Modernisms: 1922-2022, which seems to have been created to mark the beginning of the celebrations, along with the planned journalistic coverage in the Rio-São Paulo axis. With the “introduction”, there are thirty texts that explore canonical and forgotten characters, antecedent and consequent events, stories and memories about the creation and appropriation of the Week of Modern Art in 1922.

Keywords: Week of Modern Art, Modernism, Anthropophagy.


De acordo com Marcos Silva (2021) a Semana de Arte Moderna, no Brasil de 1922, foi uma atividade patrocinada por homens de elite (Paulo Prado, René Thiolier e mais nomes socialmente influentes), realizada num ambiente de elite (Teatro Municipal de São Paulo) e assistida por um público de elite (ingressos pagos, trajes pomposos). Mas seu alcance ultrapassou esse universo social, astúcia das Artes, fez-se História também criticamente, às vezes sem o querer (Silva, 2021, p. 7).

Ainda segundo o autor, vemos que, questões de linguagem e temas que seus principais participantes consolidaram (havia diferenças estéticas e políticas entre eles), ao longo dos anos 20 e depois, contemplaram presenças populares na cena social e artística, redefiniram a própria concepção de povo brasileiro; e aquele evento não surgiu do nada, dialogou com antecedentes culturais do Brasil e com vanguardas internacionais, que já evidenciavam a referida astúcia como arma para ultrapassar algum suposto monopólio intelectual por elites europeias ou nelas espelhadas (Silva, 2021, p. 7).

Para Mônica Velloso (2010), a circunscrição do Modernismo aos limites de um único acontecimento – a Semana de Arte Moderna – leva a perda da dinâmica causada pelo impacto do movimento, que acionou uma vasta rede de representações, subjetividades, imaginários e práticas culturais no conjunto do Brasil. O Modernismo não se restringira ao eixo Rio de Janeiro – São Paulo, mas irradiara-se por vários estados do Brasil como Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, propiciando a composição de grupos em torno de discussões que provocaram movimentos, manifestos, revistas, além da difusão de ideias e práticas da vida social (Velloso, 2010, p. 26; Oliveira, 2021, p.54).

Marcos Silva (2022) nos mostra que, embora os Modernistas não se confundam com Regionalistas, o contato com artistas e intelectuais de diferentes regiões brasileiras foi cultivado por muitos deles, especialmente Mário de Andrade, que tanto se dedicou à Epistolografia. Essas relações são importantes para a compreensão de que nem tudo, no Modernismo brasileiro, se reduziu a São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; havia uma produção intelectual e artística em diferentes partes do país que também começava a refletir sobre Cultura e Povo em novas bases, inclusive em contato com Artes de diferentes países.

Isso não diminui o peso da produção modernista naqueles três primeiros estados, apenas realça que não vale a pena manter o adjetivo “regional” para os demais, nem os considerar como meros acompanhantes de paulistas, mineiros e cariocas – nomes como Luís da Câmara Cascudo (Rio Grande do Norte), Ismail Nery (Pará) e Vicente do Rego Monteiro (Pernambuco) são exemplos dessa Modernidade descentralizada (Silva, 2021, p. 9).

Tal condição, pode ser reforçada no estudo de Oliveira (2019), onde foi apresentado uma análise pormenorizada da correspondência de Luís da Câmara Cascudo com Mário de Andrade, Joaquim Inojosa, Gilberto Freyre e José Américo de Almeida entre os anos de 1922 a 1984, tendo como objetivo ampliar o debate historiográfico travado em torno da tentativa de restringir a produção intelectual de Câmara Cascudo à sua filiação ao Movimento Modernista ou ao Movimento Regionalista Tradicionalista do Nordeste.

Na reconstituição das redes de sociabilidades intelectuais estabelecidas através da correspondência cascudeana, as cartas foram tomadas como arquivos da criação das obras e ideias sobre os movimentos anteriormente referidos. Buscou-se demonstrar de maneira circunstanciada, as complexas relações existentes na historiografia do regionalismo e modernismo no contexto da modernização da região Nordeste do Brasil, analisando as atitudes dos atores envolvidos no processo, assim como as contradições que nele se implica (Oliveira, 2019; Oliveira, 2021, p.54-55).

Em novo estudo, Oliveira (2022), tematiza a correspondência inter-regional e internacional de Luís da Câmara Cascudo. Graças ao uso da epistolografia, o autor mapeia a interlocução do folclorista potiguar com escritores argentinos, tanto na divulgação do modernismo nacional no país vizinho quanto no acolhimento da produção literária portenha em revistas brasileiras. Desse modo, é lícito dizer que o texto recoloca a “dialética do localismo e do cosmopolitismo”, consagrada por Antônio Candido, em sua díade pendular, que aqui se dilata, ao se manifestar em paragens e grupos não vislumbrados pelo crítico mineiro-paulista à época de sua formulação (Hollanda; Braga-Pinto, 2022, p.85-86; Oliveira, 2022).

Como nos mostra Hollanda e Braga-Pinto (2022), por inevitável que seja, toda comemoração e todas as efemérides de centenários em especial, correm o risco de promover mais esquecimentos do que memória, mais ocultamento e exclusão do que aprofundamento e análise.

Guilherme de Almeida (foto), apesar de pouco lembrado, participa de toda a organização da Semana de 22 | Imagem: Wikimedia Commons/CNN Brasil

Em todo caso, espera-se que, em alguma medida, o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, com suas celebrações laudatórias, mas também com suas contestações e seus deslocamentos críticos, ofereçam menos uma falsa aparência de coerência, do que uma oportunidade de expansão de um arquivo vívido e palpitante, sempre em transformação e em movimento (Hollanda; Braga-Pinto, 2022, p. 71-72).

Neste sentido, conforme os autores, o estado da arte do que emergiu no mercado editorial brasileiro, absorvendo, por sua vez, o aggiornamento da Academia, na comemoração dos cem anos da Semana de 22, não pode omitir o lançamento do monumental Modernismos: 1922-2022, em fevereiro deste ano. Com quase três dezenas de ensaios de acadêmicos de renome, a exemplo de José Miguel Wisnik e Lilia Schwartz, assim como estudiosos mais jovens ou menos conhecidos, o volume propõe contemplar os debates contemporâneos, como o pensamento feminista ou a representatividade negra na produção artística do período, para lograr atualizar a agenda da Semana de 22 e seus desdobramentos na realidade do século XXI (Hollanda; Braga-Pinto, 2022, p.81).

Nos agradecimentos, Gênese Andrade nos informa que o livro nasceu de uma proposta de Lilia Schwarcz a Jorge Schwartz, em 2019. A ideia era lançar um “Dicionário do modernismo”, que se somaria aos brilhantes Dicionário da escravidão e da liberdade e Dicionário da República, de cuja concepção e organização Schwarcz participou. Ao declinar do convite, Jorge incentivou Gênese a elaborar o projeto de publicação, que resultou em Modernismos 1922-2022 (p. 820).

Gênese Andrade é doutora em Literatura Hispano-americana pela USP, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela Unicamp. Professora universitária, pesquisadora e tradutora. Autora de Pagu/Oswald/Segall (2009), Vicente do Rego Monteiro (2013) e “Artistic Vanguards in Brazil, 1917-1967” (Oxford Research Encyclopedia of Latin American History, 2019) e coordenadora editorial, com Jorge Schartz, da edição atual da obra de Oswald de Andrade (Companhia das Letras), entre outras produções (p. 809).

Na apresentação da obra, Andrade (2022) nos chama atenção para o fato de que, às vésperas do centenário da Semana de 22, o imponderável nos assola. Por ironia do destino, o mesmo clima pandêmico que em 1918 fez toda a população mundial confinar-se em suas casas sob a ameaça da gripe espanhola se repete em 2020 e se prolonga ainda, mas desta vez o temor é cientificamente chamado de covid-19. O impacto da situação na saúde pública, no urbanismo e na sociabilidade não pode ser negligenciado (p. 7).

A organizadora fica instigada com o ressurgimento de documentos esquecidos e imagens ausentes, que geram interrogações e põe interpretações canônicas à prova. Todos os eventos, debates, concursos, editais, artigos e livros que questionam e festejam a Semana de Arte Moderna dão a medida de que aqueles dias de fevereiro de 1922 de encontros, entre escritores, artistas plásticos e visuais, música e dança, não foram irrelevantes e se tornaram um marco (p. 7-8).

Se no momento de sua realização a Semana de Arte Moderna pouco repercutiu fora de São Paulo, o espaço ocupado por seus protagonistas na grande imprensa e a circulação das publicações nos anos subsequentes, especialmente as revistas, propiciaram que novas ideias estéticas cruzassem as fronteiras dos estados e até mesmo as dos países vizinhos, afirma Andrade. As ideias chegaram à Europa já em 1923, pela atuação dos artistas que foram a Paris estudar, ampliar seus conhecimentos estéticos e estabelecer relações com os vanguardistas europeus que lhes abriram portas no exterior. Esses inovadores, por seu turno, vieram nos visitar e propiciaram a ampliação de nosso olhar sobre a própria cultura. De Natal a Porto Alegre, incluindo a Amazônia de Macunaíma, os livros e revistas foram pontes, desdobramentos e contrapontos para a reflexão sobre identidade, diversidade, novas e antigas manifestações estéticas, amizades e polêmicas (p.8).

Um ponto que é bastante discutido é a temática negra na obra de Mário de Andrade, a questão da homossexualidade e da sexualidade – ainda mais polêmica, por ser menos estudada, conforme nos mostra a organizadora. A apropriação da temática indígena, seja em Macunaíma, na Antropofagia, seja na obra de Rego Monteiro ainda geram interpretações e reflexões sobre as quais não há consenso. Como alerta a crítica de arte mais contundente, representação do negro e representatividade do negro são questões bem diferentes nesse e em outros casos da história da arte brasileira. O diálogo de Lima Barreto com os modernistas e a polêmica em torno de Klaxon também suscitam a reflexão sobre exclusão e preconceito de cor (p.10).

Gênese defende que a força do design gráfico de nossos livros e revistas de vanguarda, a controversa relação de Tarsila do Amaral com a moda parisiense, o vínculo de nossa consolidada Residência artística com o Pensionato Artístico passam, sem dúvida, pelas vanguardas europeias, mas a crítica, tanto a consagrada como a contemporânea, tem demonstrado que a tensão entre modernidade e periferia, nacional e estrangeiro, regional e cosmopolita, erudito e popular, elite e povo ruma para a distensão no sentido de responder às novas indagações e suscitar novas perguntas à temática em questão (p.11-12).

Como podemos ver, o objetivo principal, plenamente cumprido, desse livro é festejar sem deixar de questionar, preencher lacunas, provocar novas reflexões, ser um elo entre a Semana de 22 e seus desdobramentos, revisitar suas memórias e sua fortuna crítica, provocar revisões e fazer valer o sentido dos manifestos: tornar públicas e trazer para o debate as manifestações e as obras artísticas modernistas, reconhecendo suas virtudes e controvérsias, seu caráter agregador e polêmico, as relações com seu contexto político, social e cultural de produção e recepção, ao longo desses cem anos, com o mesmo vigor que moveu seus protagonistas (p.12).

Ao ler a obra, por fim, percebemos que as efemérides revivem os fatos, reavaliam-nos, põem-nos em xeque e os festejam, infelizmente, sob a sobra do autoritarismo que marcou o cinquentenário do evento, em um cenário de retrocesso político jamais previsto por aqueles que lutaram pela volta da democracia e menos ainda por aqueles que cresceram desfrutando dessa conquista. Revisitar a Semana de 22 envolve considerar avanços e recuos, novas perguntas e respostas em aberto numa reflexão centenária que gira em torno da ideia de mito (positiva ou negativamente), antecedentes e desdobramentos sobre os quais não há consenso. É necessário tomar distância do esteticismo, do anacronismo, da leitura ingênua ou tendenciosa para não supervalorizar nem depreciar essa produção artística, reconhecendo às vezes sua coerência, às vezes suas contradições (p. 7; 11).

Referências

HOLLANDA, Bernardo Buarque de.; BRAGA-PINTO, César. Uma efeméride “boa para pensar”? do cinquentenário aos cem anos da semana de arte moderna de 1922. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 42, n. 90, p. 71-96, maio/ago, 2022.

OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. “Contribuir al ‘descubrimiento’ de inúmeros literatos brasileños cuya importante obra es aqui desconocida”: modernismo, vanguarda e mediações culturais nas cartas de Luis Emilio Soto a Luís da Câmara Cascudo (1923-1925). Revista Brasileira de História, v. 42, n. 90, pp. 211-231, 2022.

OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. Modernismo e Regionalismo-Tradicionalista-Nordestino: Algumas Considerações. In: GONÇALVES, Jeosafá Fernandez. (Org.). Mosaico de 22 – Múltiplas visões de uma semana que não acabou. São Paulo: Serra Azul, 2021, p. 51-56.

OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. Correspondência Modernista e Regionalista de Luís da Câmara Cascudo (1922-1984). João Pessoa: CCTA/UFPB, 2019.

SILVA, Marcos. O povo dos modernistas: o outro era também aqui. In: GONÇALVES, Jeosafá Fernandez. (Org.). Mosaico de 22 – Múltiplas visões de uma semana que não acabou. 1 ª ed. São Paulo: Serra Azul, 2021, p. 7-12.

VELLOSO, Mônica Pimenta. História & Modernismo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

Sumário de Modernismos: 1922-2022

  • Apresentação | Gênese Andrade
  • São Paulo em Movimento: a cidade no modernismo e o modernismo na cidade | Anderson Kazuo Nakano
  • A galeria brasileira de 1889 como origem das artes visuais na Semana de Arte Moderna | Felipe Chamovich
  • 1922: o evento-vesúvio e os tempos renegados | Elias Thomé Saliba
  • Pensionato Artístico Paulista: contexto sociocultural e relações com as atuais residências artísticas | Marcos Moraes
  • As molduras do modernismo | Kenneth David Jackson
  • Manifestos: a estética, a política, as polêmicas e o legado | João Cezar de Castro Rocha
  • A República musical modernista | José Miguel Wisnik
  • No cipó das falações: a forma difícil da poética modernista | Roberto Zular
  • As mulheres na Semana de 22 e depois | Regina Teixeira de Barros
  • Elas eram muito modernas | Maria de Lourdes Eleutério
  • A sociabilidade modernista | Walnice Nogueira Galvão
  • O negrismo e as vanguardas nos modernismos brasileiros: presença e ausência | Lilia Moritz Schwartz
  • O século modernista que ia ser futurista: sobre manchetes, vanguardas e o consenso de 22 | Paulo Roberto Pires
  • No meio do caminho | Luiz Ruffato
  • Vislumbres modernistas no nordeste dos anos 1920: dos eventos às publicações | Humberto Hermenegildo de Aráujo
  • A forma inquieta: Da Klaxon ao suplemento dominical do Jornal do Brasil | Daniel Trench
  • Vira-latas sem complexo: notas sobre a angústia da originalidade nos modernistas | Janson Tércio
  • O casal Tarsiwald e a Maison Paul Poiret | Carolina Casarin
  • Transmatriarcado de Pindorama | Beatriz Azevedo
  • A sexualidade de Mário de Andrade: a prova dos nove | César Braga-Pinto
  • Modernismo brasileiro: crítica literária pioneira | Maria Augusta Fonseca
  • Luz da memória: Tarsila, Rego Monteiro, Anita Malfatti | Maria Izabel Branco Ribeiro
  • Memória do modernismo | Gênese Andrade
  • Modernismo em exposição: Tarsila, Portinari e quatro mostras | Fábio Cypriano
  • Representação, representatividade e necropolíticas nas artes visuais | Renata Aparecida Felinto dos Santos
  • Quatro vezes Macunaíma | Marcos Antonio de Moraes
  • Os herdeiros da antropofagia | Gonzalo Aguilar
  • Modernismo em 1922, 1992 e 2022: um depoimento | Wilson Alves-Bezerra
  • Jaider Esbell, Makunaimã e a cosmopolítica da arte indígena contemporânea | Marília Librandi

Para ampliar a sua revisão da literatura


Resenhista

Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira – Pós-Doutor em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em História Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP. Atualmente é Professor Substituto do curso de História da Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UAEADTec/UFRPE. Desenvolve pesquisas no campo dos estudos de gênero, cultura-popular-nordestina, correspondências, modernismo e regionalismo-tradicionalista-nordestino, com ênfase na obra de Luís da Câmara Cascudo, Mário de Andrade, Joaquim Inojosa, José Américo de Almeida e Gilberto Freyre. É membro dos grupos de pesquisa Estudos Culturais e Educação Intergeracional, Patrimonial e Ambiental na Paraíba: estudos rurais e urbanos. É autor dos livros Luís da Câmara Cascudo e a invenção do “feminino” na “cultura-popular-nordestina” (1938-1977) (2009), Correspondência Modernista e Regionalista de Luís da Câmara Cascudo (1922-1984). (2019) e “ ‘Contribuir al descubrimiento de inúmeros literatos brasileños cuya importante obra es aqui desconocida’: modernismo, vanguarda e mediações culturais nas cartas de Luis Emilio Soto a Luís da Câmara Cascudo (1923-1925)”. ID LATTES: http://lattes.cnpq.br/3049179956990311; ID ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0374-3355; Instagram: @giuseppeponceleon; E-mail: [email protected].


Para citar esta resenha

ANDRADE, Gênese. (Org.). Modernismos: 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. 896p. Resenha de: OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. Livro enciclopédico sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 – 2022. Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.9, jan./fev., 2023. Disponível em <https://www.criticahistoriografica.com.br/livro-enciclopedico-sobre-a-semana-de-arte-moderna-de-1922-resenha-de-modernismos-1922-2022-organizado-por-genese-andrade/>. DOI: 10.29327/254374.3.9-1


© – Os autores que publicam em Crítica Historiográfica concordam com a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir dos seus textos, mesmo para fins comerciais, desde que lhe sejam garantidos os devidos créditos pelas criações originais. (CC BY-SA).

 

Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n. 9, jan./fev., 2023 | ISSN 2764-2666

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisa/Search

Alertas/Alerts

Livro enciclopédico sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 – Resenha de Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira (UFRPE) sobre “Modernismos: 1922-2022″, organizado por Gênese Andrade

Gênese Andrade| Imagem: Itaú Cultural

 

Resumo: O lançamento de Modernismos: 1922-2022, organizado por Gênese Andrade, ganhou destaque ao mesmo tempo em que jornais do Rio de Janeiro e São Paulo traziam a “Semana de Arte Moderna” em suas capas. Este livro faz parte de um projeto grandioso da editora Companhia das Letras, chamado “Modernismos: 1922-2022”, que parece ter sido criado para marcar o início das comemorações, em conjunto com a cobertura jornalística programada no eixo Rio-São Paulo. Com a “apresentação”, há trinta textos que exploram personagens canônicos e esquecidos, eventos antecedentes e consequentes, histórias e memórias sobre a criação e apropriação da Semana de Arte Moderna de 1922.

Palavras-chave: Semana de Arte Moderna, Modernismo, Antropofagia.

Encyclopedic book about the Week of Modern Art of 1922 – Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira’s review of Modernisms: 1922-2022, organized by Gênese Andrade.

Abstract: The release of, organized by Gênese Andrade, gained prominence at the same time that newspapers from Rio de Janeiro and São Paulo featured the “Week of Modern Art” on their covers. This book is part of a grand project by the publisher Companhia das Letras, called Modernisms: 1922-2022, which seems to have been created to mark the beginning of the celebrations, along with the planned journalistic coverage in the Rio-São Paulo axis. With the “introduction”, there are thirty texts that explore canonical and forgotten characters, antecedent and consequent events, stories and memories about the creation and appropriation of the Week of Modern Art in 1922.

Keywords: Week of Modern Art, Modernism, Anthropophagy.


De acordo com Marcos Silva (2021) a Semana de Arte Moderna, no Brasil de 1922, foi uma atividade patrocinada por homens de elite (Paulo Prado, René Thiolier e mais nomes socialmente influentes), realizada num ambiente de elite (Teatro Municipal de São Paulo) e assistida por um público de elite (ingressos pagos, trajes pomposos). Mas seu alcance ultrapassou esse universo social, astúcia das Artes, fez-se História também criticamente, às vezes sem o querer (Silva, 2021, p. 7).

Ainda segundo o autor, vemos que, questões de linguagem e temas que seus principais participantes consolidaram (havia diferenças estéticas e políticas entre eles), ao longo dos anos 20 e depois, contemplaram presenças populares na cena social e artística, redefiniram a própria concepção de povo brasileiro; e aquele evento não surgiu do nada, dialogou com antecedentes culturais do Brasil e com vanguardas internacionais, que já evidenciavam a referida astúcia como arma para ultrapassar algum suposto monopólio intelectual por elites europeias ou nelas espelhadas (Silva, 2021, p. 7).

Para Mônica Velloso (2010), a circunscrição do Modernismo aos limites de um único acontecimento – a Semana de Arte Moderna – leva a perda da dinâmica causada pelo impacto do movimento, que acionou uma vasta rede de representações, subjetividades, imaginários e práticas culturais no conjunto do Brasil. O Modernismo não se restringira ao eixo Rio de Janeiro – São Paulo, mas irradiara-se por vários estados do Brasil como Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, propiciando a composição de grupos em torno de discussões que provocaram movimentos, manifestos, revistas, além da difusão de ideias e práticas da vida social (Velloso, 2010, p. 26; Oliveira, 2021, p.54).

Marcos Silva (2022) nos mostra que, embora os Modernistas não se confundam com Regionalistas, o contato com artistas e intelectuais de diferentes regiões brasileiras foi cultivado por muitos deles, especialmente Mário de Andrade, que tanto se dedicou à Epistolografia. Essas relações são importantes para a compreensão de que nem tudo, no Modernismo brasileiro, se reduziu a São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; havia uma produção intelectual e artística em diferentes partes do país que também começava a refletir sobre Cultura e Povo em novas bases, inclusive em contato com Artes de diferentes países.

Isso não diminui o peso da produção modernista naqueles três primeiros estados, apenas realça que não vale a pena manter o adjetivo “regional” para os demais, nem os considerar como meros acompanhantes de paulistas, mineiros e cariocas – nomes como Luís da Câmara Cascudo (Rio Grande do Norte), Ismail Nery (Pará) e Vicente do Rego Monteiro (Pernambuco) são exemplos dessa Modernidade descentralizada (Silva, 2021, p. 9).

Tal condição, pode ser reforçada no estudo de Oliveira (2019), onde foi apresentado uma análise pormenorizada da correspondência de Luís da Câmara Cascudo com Mário de Andrade, Joaquim Inojosa, Gilberto Freyre e José Américo de Almeida entre os anos de 1922 a 1984, tendo como objetivo ampliar o debate historiográfico travado em torno da tentativa de restringir a produção intelectual de Câmara Cascudo à sua filiação ao Movimento Modernista ou ao Movimento Regionalista Tradicionalista do Nordeste.

Na reconstituição das redes de sociabilidades intelectuais estabelecidas através da correspondência cascudeana, as cartas foram tomadas como arquivos da criação das obras e ideias sobre os movimentos anteriormente referidos. Buscou-se demonstrar de maneira circunstanciada, as complexas relações existentes na historiografia do regionalismo e modernismo no contexto da modernização da região Nordeste do Brasil, analisando as atitudes dos atores envolvidos no processo, assim como as contradições que nele se implica (Oliveira, 2019; Oliveira, 2021, p.54-55).

Em novo estudo, Oliveira (2022), tematiza a correspondência inter-regional e internacional de Luís da Câmara Cascudo. Graças ao uso da epistolografia, o autor mapeia a interlocução do folclorista potiguar com escritores argentinos, tanto na divulgação do modernismo nacional no país vizinho quanto no acolhimento da produção literária portenha em revistas brasileiras. Desse modo, é lícito dizer que o texto recoloca a “dialética do localismo e do cosmopolitismo”, consagrada por Antônio Candido, em sua díade pendular, que aqui se dilata, ao se manifestar em paragens e grupos não vislumbrados pelo crítico mineiro-paulista à época de sua formulação (Hollanda; Braga-Pinto, 2022, p.85-86; Oliveira, 2022).

Como nos mostra Hollanda e Braga-Pinto (2022), por inevitável que seja, toda comemoração e todas as efemérides de centenários em especial, correm o risco de promover mais esquecimentos do que memória, mais ocultamento e exclusão do que aprofundamento e análise.

Guilherme de Almeida (foto), apesar de pouco lembrado, participa de toda a organização da Semana de 22 | Imagem: Wikimedia Commons/CNN Brasil

Em todo caso, espera-se que, em alguma medida, o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, com suas celebrações laudatórias, mas também com suas contestações e seus deslocamentos críticos, ofereçam menos uma falsa aparência de coerência, do que uma oportunidade de expansão de um arquivo vívido e palpitante, sempre em transformação e em movimento (Hollanda; Braga-Pinto, 2022, p. 71-72).

Neste sentido, conforme os autores, o estado da arte do que emergiu no mercado editorial brasileiro, absorvendo, por sua vez, o aggiornamento da Academia, na comemoração dos cem anos da Semana de 22, não pode omitir o lançamento do monumental Modernismos: 1922-2022, em fevereiro deste ano. Com quase três dezenas de ensaios de acadêmicos de renome, a exemplo de José Miguel Wisnik e Lilia Schwartz, assim como estudiosos mais jovens ou menos conhecidos, o volume propõe contemplar os debates contemporâneos, como o pensamento feminista ou a representatividade negra na produção artística do período, para lograr atualizar a agenda da Semana de 22 e seus desdobramentos na realidade do século XXI (Hollanda; Braga-Pinto, 2022, p.81).

Nos agradecimentos, Gênese Andrade nos informa que o livro nasceu de uma proposta de Lilia Schwarcz a Jorge Schwartz, em 2019. A ideia era lançar um “Dicionário do modernismo”, que se somaria aos brilhantes Dicionário da escravidão e da liberdade e Dicionário da República, de cuja concepção e organização Schwarcz participou. Ao declinar do convite, Jorge incentivou Gênese a elaborar o projeto de publicação, que resultou em Modernismos 1922-2022 (p. 820).

Gênese Andrade é doutora em Literatura Hispano-americana pela USP, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela Unicamp. Professora universitária, pesquisadora e tradutora. Autora de Pagu/Oswald/Segall (2009), Vicente do Rego Monteiro (2013) e “Artistic Vanguards in Brazil, 1917-1967” (Oxford Research Encyclopedia of Latin American History, 2019) e coordenadora editorial, com Jorge Schartz, da edição atual da obra de Oswald de Andrade (Companhia das Letras), entre outras produções (p. 809).

Na apresentação da obra, Andrade (2022) nos chama atenção para o fato de que, às vésperas do centenário da Semana de 22, o imponderável nos assola. Por ironia do destino, o mesmo clima pandêmico que em 1918 fez toda a população mundial confinar-se em suas casas sob a ameaça da gripe espanhola se repete em 2020 e se prolonga ainda, mas desta vez o temor é cientificamente chamado de covid-19. O impacto da situação na saúde pública, no urbanismo e na sociabilidade não pode ser negligenciado (p. 7).

A organizadora fica instigada com o ressurgimento de documentos esquecidos e imagens ausentes, que geram interrogações e põe interpretações canônicas à prova. Todos os eventos, debates, concursos, editais, artigos e livros que questionam e festejam a Semana de Arte Moderna dão a medida de que aqueles dias de fevereiro de 1922 de encontros, entre escritores, artistas plásticos e visuais, música e dança, não foram irrelevantes e se tornaram um marco (p. 7-8).

Se no momento de sua realização a Semana de Arte Moderna pouco repercutiu fora de São Paulo, o espaço ocupado por seus protagonistas na grande imprensa e a circulação das publicações nos anos subsequentes, especialmente as revistas, propiciaram que novas ideias estéticas cruzassem as fronteiras dos estados e até mesmo as dos países vizinhos, afirma Andrade. As ideias chegaram à Europa já em 1923, pela atuação dos artistas que foram a Paris estudar, ampliar seus conhecimentos estéticos e estabelecer relações com os vanguardistas europeus que lhes abriram portas no exterior. Esses inovadores, por seu turno, vieram nos visitar e propiciaram a ampliação de nosso olhar sobre a própria cultura. De Natal a Porto Alegre, incluindo a Amazônia de Macunaíma, os livros e revistas foram pontes, desdobramentos e contrapontos para a reflexão sobre identidade, diversidade, novas e antigas manifestações estéticas, amizades e polêmicas (p.8).

Um ponto que é bastante discutido é a temática negra na obra de Mário de Andrade, a questão da homossexualidade e da sexualidade – ainda mais polêmica, por ser menos estudada, conforme nos mostra a organizadora. A apropriação da temática indígena, seja em Macunaíma, na Antropofagia, seja na obra de Rego Monteiro ainda geram interpretações e reflexões sobre as quais não há consenso. Como alerta a crítica de arte mais contundente, representação do negro e representatividade do negro são questões bem diferentes nesse e em outros casos da história da arte brasileira. O diálogo de Lima Barreto com os modernistas e a polêmica em torno de Klaxon também suscitam a reflexão sobre exclusão e preconceito de cor (p.10).

Gênese defende que a força do design gráfico de nossos livros e revistas de vanguarda, a controversa relação de Tarsila do Amaral com a moda parisiense, o vínculo de nossa consolidada Residência artística com o Pensionato Artístico passam, sem dúvida, pelas vanguardas europeias, mas a crítica, tanto a consagrada como a contemporânea, tem demonstrado que a tensão entre modernidade e periferia, nacional e estrangeiro, regional e cosmopolita, erudito e popular, elite e povo ruma para a distensão no sentido de responder às novas indagações e suscitar novas perguntas à temática em questão (p.11-12).

Como podemos ver, o objetivo principal, plenamente cumprido, desse livro é festejar sem deixar de questionar, preencher lacunas, provocar novas reflexões, ser um elo entre a Semana de 22 e seus desdobramentos, revisitar suas memórias e sua fortuna crítica, provocar revisões e fazer valer o sentido dos manifestos: tornar públicas e trazer para o debate as manifestações e as obras artísticas modernistas, reconhecendo suas virtudes e controvérsias, seu caráter agregador e polêmico, as relações com seu contexto político, social e cultural de produção e recepção, ao longo desses cem anos, com o mesmo vigor que moveu seus protagonistas (p.12).

Ao ler a obra, por fim, percebemos que as efemérides revivem os fatos, reavaliam-nos, põem-nos em xeque e os festejam, infelizmente, sob a sobra do autoritarismo que marcou o cinquentenário do evento, em um cenário de retrocesso político jamais previsto por aqueles que lutaram pela volta da democracia e menos ainda por aqueles que cresceram desfrutando dessa conquista. Revisitar a Semana de 22 envolve considerar avanços e recuos, novas perguntas e respostas em aberto numa reflexão centenária que gira em torno da ideia de mito (positiva ou negativamente), antecedentes e desdobramentos sobre os quais não há consenso. É necessário tomar distância do esteticismo, do anacronismo, da leitura ingênua ou tendenciosa para não supervalorizar nem depreciar essa produção artística, reconhecendo às vezes sua coerência, às vezes suas contradições (p. 7; 11).

Referências

HOLLANDA, Bernardo Buarque de.; BRAGA-PINTO, César. Uma efeméride “boa para pensar”? do cinquentenário aos cem anos da semana de arte moderna de 1922. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 42, n. 90, p. 71-96, maio/ago, 2022.

OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. “Contribuir al ‘descubrimiento’ de inúmeros literatos brasileños cuya importante obra es aqui desconocida”: modernismo, vanguarda e mediações culturais nas cartas de Luis Emilio Soto a Luís da Câmara Cascudo (1923-1925). Revista Brasileira de História, v. 42, n. 90, pp. 211-231, 2022.

OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. Modernismo e Regionalismo-Tradicionalista-Nordestino: Algumas Considerações. In: GONÇALVES, Jeosafá Fernandez. (Org.). Mosaico de 22 – Múltiplas visões de uma semana que não acabou. São Paulo: Serra Azul, 2021, p. 51-56.

OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. Correspondência Modernista e Regionalista de Luís da Câmara Cascudo (1922-1984). João Pessoa: CCTA/UFPB, 2019.

SILVA, Marcos. O povo dos modernistas: o outro era também aqui. In: GONÇALVES, Jeosafá Fernandez. (Org.). Mosaico de 22 – Múltiplas visões de uma semana que não acabou. 1 ª ed. São Paulo: Serra Azul, 2021, p. 7-12.

VELLOSO, Mônica Pimenta. História & Modernismo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

Sumário de Modernismos: 1922-2022

  • Apresentação | Gênese Andrade
  • São Paulo em Movimento: a cidade no modernismo e o modernismo na cidade | Anderson Kazuo Nakano
  • A galeria brasileira de 1889 como origem das artes visuais na Semana de Arte Moderna | Felipe Chamovich
  • 1922: o evento-vesúvio e os tempos renegados | Elias Thomé Saliba
  • Pensionato Artístico Paulista: contexto sociocultural e relações com as atuais residências artísticas | Marcos Moraes
  • As molduras do modernismo | Kenneth David Jackson
  • Manifestos: a estética, a política, as polêmicas e o legado | João Cezar de Castro Rocha
  • A República musical modernista | José Miguel Wisnik
  • No cipó das falações: a forma difícil da poética modernista | Roberto Zular
  • As mulheres na Semana de 22 e depois | Regina Teixeira de Barros
  • Elas eram muito modernas | Maria de Lourdes Eleutério
  • A sociabilidade modernista | Walnice Nogueira Galvão
  • O negrismo e as vanguardas nos modernismos brasileiros: presença e ausência | Lilia Moritz Schwartz
  • O século modernista que ia ser futurista: sobre manchetes, vanguardas e o consenso de 22 | Paulo Roberto Pires
  • No meio do caminho | Luiz Ruffato
  • Vislumbres modernistas no nordeste dos anos 1920: dos eventos às publicações | Humberto Hermenegildo de Aráujo
  • A forma inquieta: Da Klaxon ao suplemento dominical do Jornal do Brasil | Daniel Trench
  • Vira-latas sem complexo: notas sobre a angústia da originalidade nos modernistas | Janson Tércio
  • O casal Tarsiwald e a Maison Paul Poiret | Carolina Casarin
  • Transmatriarcado de Pindorama | Beatriz Azevedo
  • A sexualidade de Mário de Andrade: a prova dos nove | César Braga-Pinto
  • Modernismo brasileiro: crítica literária pioneira | Maria Augusta Fonseca
  • Luz da memória: Tarsila, Rego Monteiro, Anita Malfatti | Maria Izabel Branco Ribeiro
  • Memória do modernismo | Gênese Andrade
  • Modernismo em exposição: Tarsila, Portinari e quatro mostras | Fábio Cypriano
  • Representação, representatividade e necropolíticas nas artes visuais | Renata Aparecida Felinto dos Santos
  • Quatro vezes Macunaíma | Marcos Antonio de Moraes
  • Os herdeiros da antropofagia | Gonzalo Aguilar
  • Modernismo em 1922, 1992 e 2022: um depoimento | Wilson Alves-Bezerra
  • Jaider Esbell, Makunaimã e a cosmopolítica da arte indígena contemporânea | Marília Librandi

Para ampliar a sua revisão da literatura


Resenhista

Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira – Pós-Doutor em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em História Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP. Atualmente é Professor Substituto do curso de História da Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UAEADTec/UFRPE. Desenvolve pesquisas no campo dos estudos de gênero, cultura-popular-nordestina, correspondências, modernismo e regionalismo-tradicionalista-nordestino, com ênfase na obra de Luís da Câmara Cascudo, Mário de Andrade, Joaquim Inojosa, José Américo de Almeida e Gilberto Freyre. É membro dos grupos de pesquisa Estudos Culturais e Educação Intergeracional, Patrimonial e Ambiental na Paraíba: estudos rurais e urbanos. É autor dos livros Luís da Câmara Cascudo e a invenção do “feminino” na “cultura-popular-nordestina” (1938-1977) (2009), Correspondência Modernista e Regionalista de Luís da Câmara Cascudo (1922-1984). (2019) e “ ‘Contribuir al descubrimiento de inúmeros literatos brasileños cuya importante obra es aqui desconocida’: modernismo, vanguarda e mediações culturais nas cartas de Luis Emilio Soto a Luís da Câmara Cascudo (1923-1925)”. ID LATTES: http://lattes.cnpq.br/3049179956990311; ID ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0374-3355; Instagram: @giuseppeponceleon; E-mail: [email protected].


Para citar esta resenha

ANDRADE, Gênese. (Org.). Modernismos: 1922-2022. São Paulo: Companhia das Letras, 2022. 896p. Resenha de: OLIVEIRA, Giuseppe Roncalli Ponce Leon de. Livro enciclopédico sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 – 2022. Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.9, jan./fev., 2023. Disponível em <https://www.criticahistoriografica.com.br/livro-enciclopedico-sobre-a-semana-de-arte-moderna-de-1922-resenha-de-modernismos-1922-2022-organizado-por-genese-andrade/>. DOI: 10.29327/254374.3.9-1


© – Os autores que publicam em Crítica Historiográfica concordam com a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir dos seus textos, mesmo para fins comerciais, desde que lhe sejam garantidos os devidos créditos pelas criações originais. (CC BY-SA).

 

Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n. 9, jan./fev., 2023 | ISSN 2764-2666

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Resenhistas

Privacidade

Ao se inscrever nesta lista de e-mails, você estará sujeito à nossa política de privacidade.

Acesso livre

Crítica Historiográfica não cobra taxas para submissão, publicação ou uso dos artigos. Os leitores podem baixar, copiar, distribuir, imprimir os textos para fins não comerciais, desde que citem a fonte.

Foco e escopo

Publicamos resenhas de livros e de dossiês de artigos de revistas acadêmicas que tratem da reflexão, investigação, comunicação e/ou consumo da escrita da História. Saiba mais sobre o único periódico de História inteiramente dedicado à Crítica em formato resenha.

Corpo editorial

Somos professore(a)s do ensino superior brasileiro, especializado(a)s em mais de duas dezenas de áreas relacionadas à reflexão, produção e usos da História. Faça parte dessa equipe.

Submissões

As resenhas devem expressar avaliações de livros ou de dossiês de revistas acadêmicas autodesignadas como "de História". Conheça as normas e envie-nos o seu texto.

Pesquisa


Enviar mensagem de WhatsApp